Nesta segunda-feira (7), Bolsonaro criticou a paridade no preço do petróleo e disse que o governo tem uma reunião nesta tarde para discutir medidas para a Petrobras não repassar toda a alta dos combustíveis para o consumidor.
Fontes do governo disseram que as últimas conversas internas entre ministros e o presidente vão na direção de que é preciso segurar a escalada dos combustíveis, que já ocorre por causa da guerra na Ucrânia. A Rússia é um dos principais países exportadores mundiais de petróleo.
Ainda, segundo fontes, o governo acredita que a melhor forma de segurar o aumento dos preços seria reduzir impostos e fazer com que a Petrobras absorvesse parte das perdas pela ampliação no prazo de reajustes dos preços praticados pela empresa no Brasil. A estatal já está há 54 dias sem reajustar o preço dos combustíveis e há quem defenda, no governo, até 100 dias para que a paridade ocorra.
No projeto de lei 1472, o governo concordou em apoiar o artigo 68, que estabelece que o governo pode definir a paridade dos preços com base no valor internacional do petróleo, nos custos de importação e na produção.
Na prática, o governo irá pressionar a Petrobras a arcar com parte dos custos da alta dos combustíveis, quebrando uma política de paridade internacional que estava em vigor desde o governo Michel Temer e que ajudou na recuperação da empresa.
Como forma de pressão, o governo usa a argumentação de que o mandato do presidente e dos conselheiros da empresa terminam nas próximas semanas e o governo, como controlador, poderia trocar o comando da Petrobras.
O fato de o preço dos combustíveis estar com defasagem de mais de 40% — com o barril batendo US$ 130 — levou à queda nas ações da Petrobras, apesar da valorização das principais petroleiras ao redor do mundo.
Entre os principais argumentos ouvidos no governo, está o de que outros dois pré-candidatos à Presidência – o ex-presidente Lula e o ex-ministro Ciro Gomes – vem acenando com uma intervenção no preço dos combustíveis.
“De que serve se manter fiel à paridade de preços e perder a eleição”, disse um ministro. “É preciso criar uma forma de lidar com momentos excepcionais, como uma guerra. A Petrobras seguirá lucrativa, só não precisa lucrar tanto”, afirmou.
Fonte G1