Leon Hermanson, que integra o Met Office, gabinete do serviço nacional de meteorologia do Reino Unido, explica que “um único ano de ultrapassagem acima de 1,5°C não significa que tenhamos ultrapassado o limiar emblemático do Acordo de Paris, mas revela que estamos cada vez mais próximos de uma situação em que 1,5°C poderia ser ultrapassado durante um período prolongado”.
O Acordo de Paris é um tratado mundial, em que os países se comprometem impedir que o aquecimento do planeta supere 2ºC neste século. Há ainda uma tentativa de limitar o aumento das temperaturas a 1,5ºC.
Ainda de acordo com a OMM, há uma chance de 93% de que um dos anos entre 2022 e 2026 seja o mais quente que se tem registro. Atualmente, o primeiro lugar é do ano de 2016.
“Este estudo mostra – com um elevado nível de competência científica – que estamos a nos aproximar, de forma mensurável, de atingir temporariamente o objetivo mais baixo do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas. O valor de 1,5°C não é uma estatística aleatória. É antes um indicador do ponto em que os impactos climáticos se tornarão cada vez mais prejudiciais para as pessoas e, de fato, para todo o planeta”, disse o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas.
Segundo um relatório provisório da organização, no ano passado a temperatura estava 1,1ºC acima dos níveis pré-industriais. A avaliação final sobre 2021 deve ser divulgada em 18 de maio.
Em uma pesquisa realizada pela Rede Interamericana de Academias de Ciências (IANAS), há indícios de que o continente americano deve enfrentar aumentos na mortalidade e em problemas de saúde relacionados ao calor.
Para os pesquisadores, os resultados demonstram que as mudanças climáticas, além de afetar as condições ambientais, também podem gerar graves consequências para a saúde humana.
Fonte: CNN