Serão velados nesta terça-feira (5), no Cemitério Municipal de Paraty (RJ), os corpos da mãe e de cinco filhos vítimas de um deslizamento de terra na comunidade costeira da Ponta Negra, no sábado (2). A previsão é que o velório comece a partir de 14h.
O horário do enterro de Lucimar de Jesus Campo e os filhos João, de 2 anos, Estevão, de 5 anos, Jasmin, de 10 anos, Luciano, de 15 anos e Lucimara, de 17 anos, ainda não foi informado pelo cemitério.
O corpo de uma outra filha, Yasmin, ainda não foi encontrado, mas a prefeitura já a considera como morta.
Um sétimo filho foi resgatado com vida e está internado no Hospital de Saracuruna, em Duque de Caxias, onde respira com ajuda de aparelhos. Segundo os médicos, “o estado de saúde é gravíssimo, com quadro muito instável”.
Lucimar: ‘Guerreira, forte, pescadora… Uma típica mulher caiçara’
Lucimar com João, seu filho mais novo, no colo — Foto: Reprodução/Redes sociais
“Lucimar era uma mulher batalhadora, que sozinha cuidava de todos os seus filhos. Guerreira, forte, pescadora, nativa de Ponta Negra. Uma mãe que fazia de tudo pelos filhos. Uma típica mulher caiçara”, disse Cauê Villela, presidente da Associação de Moradores da comunidade de Ponta Negra, sobre a amiga Lucimar.
Cauê conta ainda que Lucimar cuidava sozinha dos filhos. Muitas vezes, saía com as crianças para pescar o alimento que seria o complemento da refeição do dia — o acesso à comunidade é feito apenas de barco ou trilha.
“Pegava seus filhos e, com varinha de bambu e linha, pegava seu camarão ou pitu de água doce. Ia pescar quase todos os dias na beira da praia para fazer um complemento na alimentação dos seus filhos”, lembrou Cauê.
Na última semana, Cauê disse que Lucimar participou ativamente de uma limpeza em um bambuzal que fica ao lado da escola da comunidade.
“Lucimar era pau para toda obra. Não tinha medo de nada. Valente, trabalhadora. Tudo que você precisasse, desse uma oportunidade, ela trabalhava, pegava no pesado, mesmo. Essa semana fizemos a limpeza de um bambuzal que tinha ao lado da escola, e ela foi a primeira a se prontificar. Apareceu de bota e facão na mão. Essa era a Lucimar”, disse Cauê.
Fonte: g1